Existia, além das montanhas, uma mulher dragona!

Há muito tempo, entre a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira, havia uma mulher dragona.

Ela tinha um bebê.

Seu corpo não cabia mais. Não podia voar.

Seu peso, seu cabelo não lhe pertenciam.

Mas nada disso importava, ela tinha um bebê.

Essa mulher era estranha, tinha longos braços de polvo.

Ela agarrava tudo e todos.

Também agarrava o bebê.

De tempos em tempos ela arriscava um voo, desses não muito altos.

Desses voos que duram segundos, só para sentir o vento batendo nos dentes.

Sim, ela sorria enquanto voava e o vento nos dentes é uma sensação indescritível.

O vento canta.

O vento toca como um tambor.

O vento faz, mesmo que por um minuto ela ser o que se é.

Um mulher dragona!

Ela poderia ter várias vidas.

Mas escolheu essa, a de voar com um bebê.

Gratidão Iza Pucci, minha dragona preferida. Você com sua sensibilidade captou meu momento, minha vida!

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